Eu fui ao Grajaú curtir o Samba da Alforria no feriado do dia 20 de janeiro.
Como o convidado especial do evento era o músico, cantor e compositor Almir Guineto, pensei em levar comigo outro convidado também super especial: o compositor Djalma Sabiá, lenda viva do GRES Acadêmicos do Salgueiro.
Sabiá hoje tem 86 anos. Vítima de um atropelamento, ele sofre por causa da prótese que precisou colocar no fêmur. Se desloca com dificuldade porque um parafuso dessa prótese se soltou e há anos aguarda a fila do INTO (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia) andar para fazer nova cirurgia.
Dificilmente Sabiá sai do quartinho onde mora na Tijuca, na Rua Conde de Bonfim, altura da Rua Pareto.
E apesar das adversidades enfrentadas, ele continua generoso com todos nós que insistimos em bater no seu portão, ávidos por informações/orientações relativas ao passado do bairro, da História do Samba e da memória dos carnavais do GRES Acadêmicos do Salgueiro.
Consciente no entanto que o Grajaú é ali ao lado e que há tempos ele não via o Almir, liguei e avisei para que estivesse pronto às 19h. Eu tinha certeza que faria bem a ele sair um pouquinho, dar uma voltinha.
E foi muito bonito ver a felicidade do Sabiá. Todo o povo presente no Samba da Alforria o recebeu carinhosamente.

Djalma Sabiá e Almir Guineto
E é carinhosamente que escrevo essas linhas para registrar e compartilhar com todos vocês o quanto me alegro e me acalmo nessas horas. Como é bom ver que mesmo sem o apoio da grande mídia o samba resiste pelos fundos de quintal.
Como é lindo um monte de gente de tudo quanto é idade reconhecendo a importância daquele humilde senhor para a nossa música popular brasileira.
Extremamente encantada e ainda emocionada com as cenas que vi e as músicas que ouvi (entre elas “Chico Rei”) desejo vida longa a todas as rodas de samba do RJ.
São nessas rodas que reafirmamos a nossa identidade e pela nossa arte, (seja a dança, o canto, a poesia ou o ritmo) mostramos o nosso valor e a nossa força.
Somos todos privilegiados por vivermos momentos como este.
“- A casa do Almir era o quartel general. O pai dele, Iracy Serra, era violonista da melhor qualidade. Ouvia a música uma vez e na segunda já vinha solando. Muito samba meu nasceu ali, dentro daquela casa.” – Me falava Sabiá pouco antes da atração especial da noite chegar ao Grajaú.
E já durante o show, Almir Guineto grita ao microfone: “- Aê, Sabiá! Enverga mas não quebra! O último dos moicanos!”
Enfim! Só quem foi lá se Alforriar poderá guardar na alma e no coração a magia daquela tarde/noite.
Mais uma recordação pra lá de especial tingida sutilmente de vermelho e branco.
Chico Rei
Geraldo Babão . Djalma Sabiá . Binha
(GRES Acadêmicos do Salgueiro – carnaval de 1964)
Voz: Martinho da Vila
“Abençalgueiro



Matéria da jornalista Juliana Correia.


Eu não sei se agradeço ou se parabenizo por singela mais tamanha atitude em prol de uma cultura e de um encontro inusitado sem falar no valor emocional que envolve este encontro do almir e do Djalma sabiá que reedita memorias do velho sabiá com toda a familia Serra. a ti o meu apreço por esta matéria inclusive apelativa no que se refere a saude do sabiá. desculpe a intimidade bjo no coração

Ruy.